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Título
OS TIPOS DOCUMENTAIS: A FORMA DE REGISTRO DE UM MODO DE VIVER
Materia
Arquivo pessoal. Tipologia documental. Arquivo e sociedade.
Autor
Lucia Maria Velloso de Oliveira
Descripción
A pesquisa em tipología documental vem ocupando lugar na agenda de grupos de pesquisadores na Espanha e no Brasil, dando especial destaque à inserção da tipología na gestão de documentos. Camargo (2008), declara que a variedade de tipos documentais ainda não reconhecidos contribui para a dificuldade
do tratamento dos tipos documentais, e é visando contribuir para a produção de conhecimento sobre os tipos documentais que constituem os arquivos pessoais, que desenvolvemos um projeto de pesquisa com o título Tipologia documental na família Barbosa de Oliveira. Esse projeto financiado pela instituição Fundação Casa de Rui Barbosa conta com uma equipe de 03 pesquisadores (doutor e mestres) e 01 estudante de Arquivologia com bolsa de Iniciação Científica. Nossa proposta no V Seminario HispanoBrasileño de Investigación en Información, Documentación y Sociedad é apresentar os aspectos teóricos que envolvem a relação entre a produção do documento e a sociedade, considerando resultados alcançados no projeto de pesquisa citado. Os arquivos pessoais possuem um ambiente de produção distinto dos arquivos institucionais ou organizacionais. Para fins desse trabalho, seguimos a definição de Oliveira (2016, p.2) para arquivos pessoais que é “conjunto de documentos produzidos, ou recebidos, e mantidos por uma pessoa física ao longo de sua vida e em decorrência de suas atividades e funções sociais”. A informação registrada nos ambientes de negócios tem o seu processo de elaboração circunscrito e padronizado de acordo com a legislação e com documentos normativos institucionais. Esse quadro no ambiente privado e pessoal não se reproduz. O indivíduo enquanto sujeito social ocupa diferentes papeis e se relaciona com instituições e pessoas. O arquivo pessoal representa esses diferentes “lugares” sociais que ocupa e suas relações, dessa forma reúne documentos de natureza distinta, desde os que representam sua relação com o Estado e com a sociedade em níveis institucionais, mas também, que representam a sociabilidade do indivíduo, seus afetos, ideologias, emoções, além de dimensões não oficiais de seus papeis no mundo do trabalho e dos negócios. Diferente dos documentos diplomáticos os documentos produzidos dentro do universo da
intimidade nos desafiam a compreender o seu processo de produção. Os documentos objeto de nossa pesquisa são aqueles que segundo Oliveira (2012, p.83) são “destituídos de rigor na elaboração decorrente da representação de um ato administrativo ou jurídico”. São, portanto, os documentos considerados não-diplomáticos e consequentemente mais difíceis de serem analisados porque são a sua estrutura apresenta poucos elementos formais. Apesar desse cenário aparentemente pouco regulado e desprovido de regras é possível identificar que os registros produzidos seguem parâmetros e regras de sociabilidade que estão representados na forma que assumem, nos símbolos que carregam e nas
informações que transmitem. O estudo dos tipos documentais nos arquivos pessoais deve considerar o tempo histórico em que os documentos foram elaborados; as atividades e ações que lhes dão origem, uma vez contextualizadas no conjunto das funções sociais do produtor do arquivo; o grupo social ou grupos aos quais o produtor pertence; os aspectos culturais do período histórico e dos grupos sociais representados no arquivo. Esses elementos fundamentam as convenções que orientam socialmente o produtor do arquivo e seus interlocutores, e que se plasmam nos documentos que são produzidos.
Mesmo sem um contorno institucional, como vimos, por meio de pesquisa em periódicos ou outros canais de comunicação, manuais de postura ou de etiqueta, ou outros protocolos que ditem a forma de conviver e se comunicar em determinado grupo, é possível identificar modelos e padrões de comportamento que serão traduzidos nas formas de registro trocadas entre os indivíduos.
A metodologia empregada pressupõe uma abordagem interdisciplinar em que a discussão arquivística sobre a tipologia documental amplia os aspectos teóricos predominantemente focados na gestão de documentos, e busca na compreensão do contexto histórico e cultural os elementos necessários para identificar os contornos modelares na produção de documentos produzidos na intimidade e que fazem parte dos arquivos pessoais.
do tratamento dos tipos documentais, e é visando contribuir para a produção de conhecimento sobre os tipos documentais que constituem os arquivos pessoais, que desenvolvemos um projeto de pesquisa com o título Tipologia documental na família Barbosa de Oliveira. Esse projeto financiado pela instituição Fundação Casa de Rui Barbosa conta com uma equipe de 03 pesquisadores (doutor e mestres) e 01 estudante de Arquivologia com bolsa de Iniciação Científica. Nossa proposta no V Seminario HispanoBrasileño de Investigación en Información, Documentación y Sociedad é apresentar os aspectos teóricos que envolvem a relação entre a produção do documento e a sociedade, considerando resultados alcançados no projeto de pesquisa citado. Os arquivos pessoais possuem um ambiente de produção distinto dos arquivos institucionais ou organizacionais. Para fins desse trabalho, seguimos a definição de Oliveira (2016, p.2) para arquivos pessoais que é “conjunto de documentos produzidos, ou recebidos, e mantidos por uma pessoa física ao longo de sua vida e em decorrência de suas atividades e funções sociais”. A informação registrada nos ambientes de negócios tem o seu processo de elaboração circunscrito e padronizado de acordo com a legislação e com documentos normativos institucionais. Esse quadro no ambiente privado e pessoal não se reproduz. O indivíduo enquanto sujeito social ocupa diferentes papeis e se relaciona com instituições e pessoas. O arquivo pessoal representa esses diferentes “lugares” sociais que ocupa e suas relações, dessa forma reúne documentos de natureza distinta, desde os que representam sua relação com o Estado e com a sociedade em níveis institucionais, mas também, que representam a sociabilidade do indivíduo, seus afetos, ideologias, emoções, além de dimensões não oficiais de seus papeis no mundo do trabalho e dos negócios. Diferente dos documentos diplomáticos os documentos produzidos dentro do universo da
intimidade nos desafiam a compreender o seu processo de produção. Os documentos objeto de nossa pesquisa são aqueles que segundo Oliveira (2012, p.83) são “destituídos de rigor na elaboração decorrente da representação de um ato administrativo ou jurídico”. São, portanto, os documentos considerados não-diplomáticos e consequentemente mais difíceis de serem analisados porque são a sua estrutura apresenta poucos elementos formais. Apesar desse cenário aparentemente pouco regulado e desprovido de regras é possível identificar que os registros produzidos seguem parâmetros e regras de sociabilidade que estão representados na forma que assumem, nos símbolos que carregam e nas
informações que transmitem. O estudo dos tipos documentais nos arquivos pessoais deve considerar o tempo histórico em que os documentos foram elaborados; as atividades e ações que lhes dão origem, uma vez contextualizadas no conjunto das funções sociais do produtor do arquivo; o grupo social ou grupos aos quais o produtor pertence; os aspectos culturais do período histórico e dos grupos sociais representados no arquivo. Esses elementos fundamentam as convenções que orientam socialmente o produtor do arquivo e seus interlocutores, e que se plasmam nos documentos que são produzidos.
Mesmo sem um contorno institucional, como vimos, por meio de pesquisa em periódicos ou outros canais de comunicação, manuais de postura ou de etiqueta, ou outros protocolos que ditem a forma de conviver e se comunicar em determinado grupo, é possível identificar modelos e padrões de comportamento que serão traduzidos nas formas de registro trocadas entre os indivíduos.
A metodologia empregada pressupõe uma abordagem interdisciplinar em que a discussão arquivística sobre a tipologia documental amplia os aspectos teóricos predominantemente focados na gestão de documentos, e busca na compreensão do contexto histórico e cultural os elementos necessários para identificar os contornos modelares na produção de documentos produzidos na intimidade e que fazem parte dos arquivos pessoais.
Editor
Universidad Complutense de Madrid - UCM
Fecha
14/11/2016
Derechos
Universidad Complutense de Madrid - UCM
Lucia Maria Velloso de Oliveira
Formato
PDF
Idioma
Português
Tipo
Texto
Identificador
ISBN: 978-84-617-6684-0
Cobertura
Programação científica
ITEM DOCUMENTO TIPO TEXTO Item Type Metadata
Descrição GT
Organização, tratamento e comunicação de informações.
Descrição Coordenador
Dra. Cynthia Roncaglio
Dra. Concepción Mendo Carmona
Data Publicação
2017
Instituição de Origem
Universidade de São Paulo - USP
Cidade de Origem
São Paulo
País de Origem
Brasil
Localização
Facultad de Ciencias de la Documentación
Departamento de Biblioteconomía y Documentación
Universidad Complutense de Madrid - Espanhol
Departamento de Biblioteconomía y Documentación
Universidad Complutense de Madrid - Espanhol
Posición: 483 (162 Puntos de vista)