A COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA COMO APORTE TEÓRICO NA ANÁLISE DOCUMENTAL: ELEMENTOS PARA UMA ABORDAGEM ICONOLÓGICA SISTEMÁTICA

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Título

A COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA COMO APORTE TEÓRICO NA ANÁLISE DOCUMENTAL: ELEMENTOS PARA UMA ABORDAGEM ICONOLÓGICA SISTEMÁTICA

Assunto

Análise documental,
Composição fotográfica,
Iconologia,
Espiral de Fibonacci,
Fotografia jornalística

Autor

Raquel Juliana Prado Leite de Sousa

Descrição

Como a fotografia não é mera representação do real, pois além do sentido iconográfico (realidade interior da imagem enquanto objeto) há o sentido iconológico (realidade exterior dos elementos expressivos, mas ausentes na imagem), sua análise é extremamente complexa. Dessa forma, para esta pesquisa, foram utilizadas as técnicas de composição fotográfica para a análise documental de fotografias, mais especificamente a espiral de Fibonacci, o enquadramento do plano, a altura do ângulo e o lado do ângulo. O objetivo é explorar como a composição pode ser empregada na sistematização da leitura e da descrição da imagem, em especial em relação à sua iconologia, verificando como a técnica pode contribuir para a compreensão da mensagem imagética durante o tratamento documental. Foram selecionadas para análise duas fotografias da reportagem “As novas cercas dos quilombos”, publicada no site da Repórter Brasil. O quadro analítico utilizado deriva-se do intercruzamento das categorias de Ranganathan e dos processos de conotação do fotojornalismo de Barthes, englobando a dimensão expressiva. Ressalta-se o uso do ratio de Fibonacci, sequência empregada na explicação de fenômenos como a refração da luz, a composição do Ácido Desoxirribonucleico, o estudo da proporção de plantas e animais etc., consistindo de uma sucessão numérica geradora da simetria: definindo os dois primeiros números como 0 e 1, os seguintes são obtidos pela soma dos seus dois antecessores, ou seja, 0+1=1; 1+1=2; 2+1=3; 3+2=5; 5+3=8; 8+5+13 etc. A utilização da espiral de Fibonacci possibilitou o esquadrinhamento da foto, criando uma sequência lógica para a leitura não verbal, partindo do ponto de maior evidência (0+1) para os elementos mais periféricos e cobrindo toda a área imagética, apresentando uma solução para a impossibilidade de uma leitura linear, tal como ocorre com os textos verbais. Foi possível reconhecer o uso do estetismo, ou seja, da estética herdada das artes plásticas, identificando-se o tenebrismo e a natureza morta, os quais marcam estereótipos do realismo dramático criados pelo contraste entre luz e sombra. Os procedimentos propostos demonstram que é possível contemplar a análise documental da fotografia a partir de uma abordagem sistemática, partindo da composição para promover a decomposição (análise, síntese e representação). O uso da composição como aporte teórico de análise permitiu uma exploração mais objetiva da dimensão expressiva, sendo possível afirmar que abarcou a garantia literária de Hulme, segundo o qual os conceitos que representam os documentos devem ser oriundos do conteúdo efetivamente registrado na literatura, e não de derivações meramente teórico-científicas.

Editor

Universidade de Brasília, Faculdade de
Ciência da Informação

Data

11/11/2019

Direitos

Universidade de Brasília, Faculdade de
Ciência da Informação
Raquel Juliana Prado Leite de Sousa

Idioma

Português

Tipo

Texto

Identificador

ISSN 2675-2409

Abrangência

Programação Cientifica

ITEM DOCUMENTO TIPO TEXTO Item Type Metadata

Descrição GT

Gestão da Informação, Comunicação e Organização do
Conhecimento

Descrição Coordenador

Dr. José Antonio Moreiro

Dr Rodrigo Botelho

Data Publicação

2020

Localização

Escola de Comunicação e Artes – ECA/USP - São Paulo / Brasil

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