Notas críticas sobre a tese dos três mundos de Popper: um olhar da Ciência da Informação para o conceito de autonomia

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Título

Notas críticas sobre a tese dos três mundos de Popper: um olhar da Ciência da Informação para o conceito de autonomia

Assunto

epistemologia - ciência da informação;
três mundos – Popper;
autonomia

Autor

Fernanda Valle,
Vinícios Menezes,
Gustavo Saldanha

Descrição

No intuito de compreender a produção, a validação, objetividade e falseamento do conhecimento entre os contextos de justificação e os contextos de descoberta, Karl Popper formulou a tese dos três mundos. Embasado na teoria darwinista, argumentou que os fenômenos físico-biológicos vivenciados pelo processo biogeológico propiciaram o surgimento de três mundos: a existência de tudo que é observável e fisicamente constatável, como o ser humano, os objetos e os estados de coisas (mundo um), o despertar mental, as reflexões subjetivas e as capacidades de fabricação de objetos (mundo dois) e, por fim, o mundo dos inteligíveis prenhe de linguagens, culturas e normas (mundo três). Nesse horizonte, Popper salienta que a linguagem é o que possibilitará a existência da ciência, uma vez que qualquer teoria é uma conjectura hipotética posta em análise, verificação e refutação a partir da objetivação do conhecimento. No escopo da Ciência da Informação, Bertram Brookes se apoia na tese popperiana para discutir a abordagem cognitiva da informação, com enfoque nas relações entre sujeito e Sistemas de Organização do Conhecimento. Brookes propõe um modelo logarítmico de captura e análise dos comportamentos dos usuários da informação, quantificando o trânsito das relações entre informação e conhecimento, como resultado do processo de objetivação do conhecimento. A pesquisa pretende discutir o conceito de autonomia do terceiro mundo popperiano dos conhecimentos registrados e dialogar criticamente com a interpretação positivista manifestada por Brookes, alheia aos condicionantes político-sociais de produção da informação, do conhecimento e da tecnologia. Com o advento da Teoria da Informação, de Shannon e Weaver, e da cibernética, o termo informação passou a ser largamente utilizado em outras ciências e apropriado a processos maquínicos que alienam a figura humana da “coisa que contém o conhecimento”. Nessa direção, pretende-se debater de modo complementar os conceitos de neutralidade, intencionalidade, objetividade e subjetividade na Ciência da Informação a partir de aportes da fenomenologia da tecnologia. Por fim, além de Popper e Brookes, serão utilizadas a abordagem sócio-histórica de Mostafa (1985,1986) e Vieira Pinto (2005), a ideia de “mundo vivido” na fenomenologia de Don Ihde (2004, 2018) e o conceito de mentefacts, de Claudio Gnoli, essas abordagens visam conciliar as abordagens cognitiva e social à produção do conhecimento. A retomada da condição teórica e aplicada da teoria do falseamento, por sua vez, é rediscutida para o desenvolvimento de uma epistemologia da Ciência da Informação, reencontrando os pressupostos da influência popperiana em Brookes sob outras vias interpretativas.

Editor

Universidade de Brasília- UnB

Data

23/112021

Direitos

Aos respectivos autores

Idioma

Português

Tipo

Texto

Abrangência

Científica

ITEM DOCUMENTO TIPO TEXTO Item Type Metadata

Descrição GT

Gestão da Informação, Comunicação e Organização do Conhecimento

Descrição Coordenador

Prof.ª Dra. Eliane Braga de Oliveira (UnB)
Prof.ª Dra. María Jesús Colmenero Ruiz (UCM)

Data Publicação

23/11/2021

Localização

Universidade de Brasília- UnB

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