Cultura digital: conceituação em narrativas acadêmicas

Cultura digital: conceituação em narrativas acadêmicas

Cultura digital

Informação

Tecnologia

Ana Claudia Fernandes Gomes

O trabalho propõe uma abordagem conceitual da categoria “cultura digital”, construída a partir de diferentes contextualizações e conceitos como “cibercultura”, “cultura da interface”, “cultura da convergência”, “cultura da conexão” e “e-cultura”. O objetivo central é o reconhecimento das narrativas elaboradoras por pesquisadores na construção dos conceitos, que delimitaram academicamente diferentes momentos sociais. Representantes de seus momentos históricos, diferentes autores produziram simbolicamente metáforas, comparações e narrativas para apresentarem a novidade do século XXI, que revolucionaria os paradigmas da comunicação e da informação. As narrativas, construídas a partir das linguagens, são produções simbólicas e constituem o elemento central da trama social, entrelaçada pela cultura. Tema clássico dos estudos antropológicos, o conceito de cultura já recebeu inúmeras definições que abordam os aspectos materiais e não-materiais da vida social em um processo sócio-histórico dinâmico. Cultura instituída e instituinte, em constante transformação, que dialeticamente engloba os fatos sociais estruturantes da sociedade e permite a crítica e a compreensão dos fenômenos sociais. Metodologicamente, haverá o mapeamento de cinco obras escritas pelos autores: Pierre Lévy (1999), Steven Johnson (2001), Henry Jenkins (2009 e 2014) e Teixeira Coelho (2019) para a compreensão de diferentes etapas, ou de acordo com Passarelli (2010), “ondas” da sociedade conectada em redes. No final do século XX, como resultado da expansão tecnológica e a popularização da Internet, configura-se a “era digital” e conceitos como “cibercultura” (Lévy, 1999) e “cultura da interface” (Johnson, 2001) são cunhados para explicar o veloz processo de transformações sociais estimuladas pelo uso dos computadores. No início dos anos 2000, anuncia-se a “cultura da convergência” (Jenkins, 2009) entre as antigas e novas mídias e as novas formas de interação, a partir da “cultura participativa” e a “cultura da conexão” (Jenkins, 2014). Como desdobramento do debate sobre produção e expansão do conhecimento em ambientes digitais, a cultura digital ou “e-cultura” (Coelho, 2019) inspira estudos, pesquisas e principalmente, estimula a criação de narrativas sobre o presente e o futuro.Mitos e ritos são criados e compartilhados sobre a realidade social e o futuro da humanidade em narrativas, que descrevem impressões e perspectivas sobre a imersão da sociedade no universo tecnológico em um cenário de recriação de paradigmas. Como contribuição para a compreensão da sociedade hiperconectada, o mapeamento antropológico de narrativas acadêmicas, investiga como o conceito de cultura digital foi configurado academicamente.

Universidade de Brasília, Faculdade de
Ciência da Informação

12/11/2019

Universidade de Brasília, Faculdade de
Ciência da Informação

Ana Claudia Fernandes Gomes

Português

Texto

ISSN 2675-2409

Programação Cientifica

Informação e Sociedade

Dra Angélica Alves

Dra Maria Teresa Fernández Bajón

2020

Escola de Comunicação e Artes – ECA/USP - São Paulo / Brasil